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23 de jul. de 2012

Bahia: Mais de 4.500 veículos fazem transportes clandestinos; no interior do estado, Serrinha e Coité são os destinos mais procurados


Na Bahia atuam 4,5 mil veículos clandestinos, segundo estimativa da Agerba, contra 3.350 ônibus e micro-ônibus licenciados para realizar o transporte intermunicipal. Somente entre janeiro e junho deste ano, o órgão autuou 1.661 ilegais.
Segundo o correio na Brasilgás, pouco antes de um ponto de ônibus, quem atua no local diz que diariamente ficam concentrados entre 20 e 30 clandestinos. “Era motorista de ônibus, mas há 13 anos fui demitido e, como não consegui emprego, comprei um carro e cobro R$ 25 por passageiro”, contou um clandestino. “Só saio com quatro para o destino. Muitos preferem carro porque, além de ser mais rápido, é mais confortável”, completa.


E mesmo os veículos com documentos em dia e habilitação apropriada não podem parar em pontos na estrada.

Foi o caso de um motorista de uma cooperativa da região do Sisal. Ao ser abordado pela PRF, Marcone Carneiro, que levava em uma Splinter de placa JRN 3716 quatro passageiros para Conceição do Coité, foi autuado por transporte ilegal.

“Não é porque ele é de cooperativa e tem uma licença da Agerba que pode sair pegando pessoas nos pontos de ônibus. A cooperativa só o autoriza a fretar o carro e levar os passageiros previamente contactados de um local para outro”, diz o policial. Os clientes de Marcone foram obrigados a deixar o veículo e ele foi multado em R$ 120 pela irregularidade e outros R$ 120 por ter o extintor de incêndio vencido. 

Motivação
Clandestino há  12 anos, um motorista conta que consegue, em média, R$ 150 por dia. “Geralmente cobro entre R$ 25 e R$ 40 por pessoa”. Ele prefere não dizer quanto lucra, mas, calculando o valor sem contar os finais de semana, o condutor chega a faturar R$ 3 mil por mês. Quem fica na Brasilgás diz que os destinos mais procurados são Feira de Santana, Serrinha, Cachoeira e Conceição do Coité. “Mas o limite é o bolso do passageiro. Se pagar bem, posso levar ele até São Paulo, se quiser”, diz um motorista.

A clientela é fiel. Há pessoas que preferem ir até o local a tentar uma passagem na rodoviária. “Imagine sair de Mussurunga e pegar um engarrafamento danado para chegar na rodoviária e ainda pegar um ônibus que vai no pinga-pinga. Eu não gosto disso e por isso vou de particular”, ressalta a doméstica Silvana de Araújo.

Já o garçom Valney Moraes, 27, esperava um carro para ir a Feira de Santana e relata que só viaja em clandestinos indicados. “Já vim pra cá procurar um motorista certo. É de confiança. É mais rápido e mais seguro, porque o ônibus para em tudo que é lugar e pode ter assalto”, opina.
Os clandestinos garantem que o serviço nunca vai parar. “Só tem clandestino porque tem passageiro. Ninguém obriga a nos escolherem. Estamos em todos os lugares. Se a fiscalização apertar aqui, nos deslocamos para outro ponto”, informa um condutor de 42 anos que há 10 foi demitido da função em uma empresa de ônibus. 
O diretor de fiscalização da Agerba, Guilherme Bonfim, afirma que coibir a prática é uma tarefa quase impossível. “Primeiro porque sempre há uma vazão. Você para um clandestino, outro passa por fora. Depois, não podemos fazer blitze o tempo todo porque causa engarrafamentos e prejudica a população. Além disso, eles sempre migram para outros pontos”, afirma.
Fonte: A Voz do campo

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